O ponto facultativo do “Dia do Professor” no Estado de São Paulo vai passar de quinta-feira, 15 de outubro de 2020, para sexta-feira, 16, com recesso escolar.
A medida vale para instituições de diversos níveis, com aulas no caso do ensino superior, ou com atividades extracurriculares para ensino médio. Também estão contempladas as Fatecs e outras instituições de ensino técnico, além dos centros de mídias de aulas à distância.
A determinação também influencia no transporte, tanto escolar como urbano e metropolitano, que têm em algumas linhas registrado aumento da demanda.
O Dia do Professor
No dia 15 de outubro de 1827, Dom Pedro I, Imperador do Brasil baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Pelo decreto, “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”.
Mas foi somente em 1947, 120 anos após o referido decreto, que ocorreu a primeira comemoração de um dia efetivamente dedicado ao professor.
Começou em São Paulo, em uma pequena escola no número 1520 da Rua Augusta, onde existia o Ginásio Caetano de Campos, conhecido como “Caetaninho”. O longo período letivo do segundo semestre ia de 1 de junho a 15 de dezembro, com apenas dez dias de férias em todo este período.
Quatro professores tiveram a ideia de organizar um dia de parada para se evitar a estafa – e também de congraçamento e análise de rumos para o restante do ano.
O professor Salomão Becker sugeriu que o encontro se desse no dia de 15 de outubro, data em que, na sua cidade natal, Piracicaba, professores e alunos traziam doces de casa para uma pequena confraternização.
A sugestão foi aceita e a comemoração teve presença maciça – inclusive dos pais. O discurso do professor Becker, além de ratificar a ideia de se manter na data um encontro anual, ficou famoso pelas frases ” Professor é profissão. Educador é missão” e “Em Educação, não avançar já é retroceder”. Com a participação dos professores Alfredo Gomes, Antônio Pereira e Claudino Busko, a ideia estava lançada. A celebração, que se mostrou um sucesso, espalhou-se pela cidade e pelo país nos anos seguintes.
Antonieta de Barros, primeira mulher negra eleita no Brasil e criadora da lei que instituiu o dia do professor no Brasil.
A jornalista, professora e política brasileira Antonieta de Barros foi a primeira negra brasileira a assumir um mandato popular, tendo sido pioneira e inspiração para o movimento negro, além de ter contribuído no parlamento, na imprensa e no magistério, foi uma ativa defensora da emancipação feminina, de uma educação de qualidade para todos e pelo reconhecimento da cultura negra, em especial no sul do Brasil. É de sua autoria a lei que instituiu o dia do professor (15 de outubro) e o feriado escolar (Lei Nº 145, de 12 de outubro de 1948).
A data tornou-se oficial nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963. O Decreto definia a essência e razão do feriado: “Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias”.